Ex-deputado estadual e um dos jogadores capixabas mais consagrados no futebol brasileiro, Geovani Faria da Silva, aos 43 anos, convive com um drama. Depois de lutar e vencer a polineuropatia, uma doença que afeta os movimentos do corpo e atrofia os músculos, ele tenta voltar a andar normalmente.
Nascido em Vitória-ES, Geovani iniciou sua brilhante carreira na Desportiva-ES, tornando-se a revelação do Campeonato Capixaba de 1980. Não demorou a se transferir para São Januário. No Vasco, aprimorou ainda mais seu futebol e acabou chegando à seleção brasileira campeã mundial Sub-20 de 1983. Ao lado de Bebeto, Jorginho e Dunga, Geovani ajudou o Brasil a conquistar a Copa, depois de fazer o gol de pênalti contra a Argentina na final, único gol da partida.Vestindo a camisa do Vasco e jogando ao lado de Romário e Roberto Dinamite, Geovani ajudou a formar o trio arrasador dos anos 80. Armava jogadas como poucos e era conhecido como um exímio cobrador de pênaltis – chegou a ficar quase seis anos sem perder uma cobrança cruzmaltina.
Eleito o melhor jogador do futebol brasileiro pela revista “Placar” em 1987 e 1988, Geovani era o grande destaque do Vasco e acabou convocado por Sebastião Lazaroni para disputar a Copa América de 1989, mais uma vez campeão. Seu talento acabou ganhando espaço no mercado europeu. No início de 1989, foi jogar na Itália, defendendo as cores do Bologna, que segundo o próprio Geovani reconheceu mais tarde, não foi uma boa escolha. Além de ter uma passagem apagada, acabou sendo preterido para disputar a Copa do Mundo de 1990. Ainda chegou a jogar pelo Karlsruhe da Alemanha, mas acabou retornando ao Vasco. Depois se transferiu para o Tigres do México, e em seguida, mais uma vez, retornou a São Januário.
Na metade dos anos 90, Geovani voltou para o Espírito Santo e começou a fazer um rodízio entre as equipes locais – Desportiva, Linhares, Serra, Rio Branco, Tupy, até encerrar a carreira em 2002, pelo Vilavelhense e se dedicar à política, como deputado estadual.
Hoje, Geovani mora em Vila Velha-ES e trabalha como subsecretário administrativo da Secretaria Estadual de Esportes, atuando na área de projetos sociais. Mas seu grande sonho é poder voltar a jogar futebol com os amigos e filhos nos fins de semana. O ex-meia só consegue se movimentar com o auxílio de uma bengala e faz fisioterapia três vezes por semana.
Os laços entre Vasco e Geovani permanecem. Há planos para voltar a São Januário. Até seus filhos, que jogam bola, podem aparecer com a Cruz de Malta. Mas tudo tem seu tempo. Por isso, não se cansa de agradecer a Deus por sua recuperação. “Confio no Senhor, que guia minha vida como o piloto de um barco. Estarei recuperado em breve”, afirma.
Ficha Técnica
Nascimento: 06/04/1964 – Vitória (ES)
Posição: Meia
Clubes: Desportiva Capixaba (1981-1983 / 1997 / 2000), Vasco da Gama (1983-1989 / 1992-1993 / 1995-1996), Bologna-ITA (1989-1991), Karlruhe-ALE (1991), Tigres de Monterrey-MEX (1993-1994), Linhares-ES (1998), Serra-ES (1999), Rio Branco-ES (2001), Tupy-ES (2001-2002), Vilavelhense-ES (2002-2003).
Títulos: Campeonato Carioca (1983,1987,1988); Campeonato Capixaba (1981, 1998, 1999, 2000); Copa América (1989).
Títulos Pessoais: Melhor jogador da Copa do Mundo Sub-20 (1983), Maior Artilheiro da Copa do Mundo Sub-20 (1983), Melhor jogador do futebol Brasileiro pela Revista “Placar” (1987, 1988)
Jogos pela seleção: cinco
O que faz hoje: Subsecretário administrativo da Secretaria Estadual de Esportes-ES.
O que é a polineuropatia
A polineuropatia é a disfunção simultânea de muitos nervos periféricos do corpo e possui muitas causas diferentes, sendo as mais comuns: o câncer (pode provocar a doença através da produção de substâncias tóxicas) e um tipo de infecção provocado por toxinas produzidas por bactérias. A polineuropatia pode ser aguda e aparecer sem nenhum aviso, ou pode ser crônica e se desenvolver gradualmente ao longo do tempo. A doença pode causar a perda de movimento ou de sensação relacionados a uma inflamação de múltiplos nervos.
