No início dos anos 90, quando Ayrton Senna e Alain Prost reinavam na Fórmula 1, um atacante despontava no Santos com velocidade e gols. Não demorou para que Paulo César Vieira Rosa escolhesse a McLaren para carregar em seu nome e continuar fazendo história no mundo do futebol.Natural de Igaraçu do Tietê (SP), Paulinho MacLaren começou a carreira, aos 16 anos, no União Bandeirante de Birigui, em 1981. Depois foi perambulando entre pequenos clubes do interior paulista, como Serra Negra (1985), Sãocarlense (1986), Comercial de Ribeirão (1987), Barretos (1988), Votuporaguense (1988), até conseguir chamar atenção do Atlético Paranaense, seu primeiro grande clube.
No Atlético-PR, em 1989, ficou apenas dois meses até se transferir para o Figueirense. A fama de artilheiro que conquistou na equipe de Florianópolis chamou a atenção do Santos. E foi no clube litorâneo que o artilheiro ganhou o apelido que o fez famoso no Brasil. “Marquei um gol pelo Santos na Bahia, no mesmo fim de semana em que o Senna fez a pole no GP do Brasil de 1991, apenas com duas marchas. Para comemorar, saí como se estivesse guiando um carro para homenageá-lo. Daí começaram a me chamar de McLaren. Depois, comecei a marcar gol sempre no mesmo final de semana que o Senna ganhava. Virou uma dobradinha e o apelido pegou de vez”, relembra o atacante que fez questão de acrescentar um "a" a mais para não ter problemas com a equipe inglesa.
Foram momentos marcantes na Vila Belmiro, numa época em que o Santos não tinha o mesmo brilho dos times de Pelé ou de Robinho. Porém, Paulinho chegou a fazer boas duplas com Serginho Chulapa, Almir e Guga e acabou artilheiro do Campeonato Brasileiro de 1991.
No final de 1992, Paulinho trocou o Santos pelo Porto, de Portugal e conquistou os títulos de campeão português e supercampeão de Portugal de 1993. Depois da aventura européia, o artilheiro retornou ao futebol brasileiro para defender a equipe do Internacional. No Colorado, foi campeão gaúcho de 1994.
Passada a temporada pelo Inter, Paulinho rodou por outros grandes clubes brasileiros, como Portuguesa, Cruzeiro, Fluminense, Atlético Mineiro até encerrar a carreira no Santa Cruz, em 1999. O ex-atacante ainda jogou no Bellmare Hiratsuka (Japão) e no Miami Fusion (EUA). “A dupla com Palhinha no Cruzeiro foi a mais completa que consegui fazer no futebol. Tive também outros excelentes companheiros como o Almir, no Santos, e Flávio Guarujá, na Portuguesa. No Miami Fusion, joguei com Valderrama, que apesar de não correr, botava todo mundo na cara do gol”, conta MacLaren.
Após a experiência de empresário de jogadores e comentarista de rádio em São João da Boa Vista (SP), Paulinho iniciou o desafio de ser treinador à frente do Taquaritinga, clube do interior de São Paulo, enquanto conciliava com a faculdade de educação física na UNIFAE. “A atividade de empresário, que exerci por 4 anos e meio, não me dava muito prazer. Na verdade, quem sente o cheiro da grama nunca mais sai. A faculdade de educação física é importante para aliar conhecimento de campo a parte acadêmica”, explica o ex-atacante que ainda aproveita o tempo livre como piloto, pois tem a aviação como uma de suas paixões.
Hoje, aos 44 anos, Paulinho MacLaren, casado e pai de três filhos, dirige a equipe do Rio Claro-SP, que disputa a Copa FPF. Para a competição, ele traz a influência de antigos comandantes. “Tenho influência do Geninho, Candinho, Cabralzinho, Jair Pereira e até do Bobby Robson, com quem trabalhei no Porto. Porém, o técnico que mais me inspirou foi o falecido Ênio Andrade. Ele mudou minha maneira e atuar. Aqui no Rio Claro estamos com uma equipe boa. Mas ainda pretendo ir para uma equipe grande no futuro”, avisa.
Ficha Técnica:
Nascimento: 28/09/1963 – Igaraçu do Tietê (SP)
Posição: Atacante
Clubes: União Bandeirante-SP (1981-1984), Serra Negra-SP (1985), Sãocarlense-SP (1986), Comercial de Ribeirão-SP (1987), Barretos-SP (1988), Votuporanguense-SP (1988), Atlético-PR (1989), Figueirense (1989), Santos (1990-1992), Porto-POR (1993), Portuguesa-SP (1994, 95 e 97), Cruzeiro (1995-1996), Bellmare Hiratsuka-JAP (1996), Fluminense (1997), Atlético-MG (1998), Miami Fusion-EUA (1998) e Santa Cruz (1999).
Títulos: Campeonato Português (1993), Super Campeonato de Portugal (1993), Campeonato Gaúcho (1994)
O que faz hoje: Técnico do Rio Claro-SP.
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