Herói dos anos 90 se aventura na construção civil, mas continua tricolor de coração
O capixaba Ézio Leal Moraes Filho, 42 anos, herói do Flu nos anos 90, ficou conhecido como o maior carrasco do Flamengo, após Assis. Quem não se lembra do atacante cruel, muuuito cruel?
Fora dos gramados há 11 anos, desde que se aposentou no Rio Branco (ES), Ézio se aventura no ramo da construção civil, a pedido de sua família. Administrando um escritório no bairro de Botafogo, o ex-atacante marca gols como decorador de casas, lojas e restaurantes. “Atualmente, estou completamente desligado do esporte. Fui parar na construção civil, mas não deixei de acompanhar o Fluminense. Tenho uma ligação muito forte com o clube. Até hoje sou parado nas ruas para dar autógrafos e tirar fotos”, conta o ex-jogador, que agora só encara a marcação cerrada da esposa botafoguense.
A paixão de Super Ézio pelo Fluminense ultrapassava qualquer barreira. Contrariando todos os preceitos jurídicos, ele chegou a assinar contrato em branco com o Tricolor só para não ter que sair das Laranjeiras. “Eu assinava qualquer papel no início da temporada para depois discutir os valores. Era coisa de maluco! Minha vontade de permanecer no clube era tão grande, que nunca criava empecilho para renovar meu contrato”, revela o oitavo maior artilheiro da história do Fluminense, com 118 gols em 236 jogos.
O ex-camisa 9, campeão carioca em 1995 e bi da Taça Guanabara em 1991 e 1993, sente saudades de quando o clube jogava nas Laranjeiras. “Lógico que o Maracanã é o grande palco. Mas, apesar da pequena capacidade, o estádio tricolor guarda muitas histórias. Lembro de grandes jogos, como a vitória de 2 a 1 sobre o Internacional na partida de ida da Copa do Brasil de 1992. Minha chance na Libertadores se perdeu no jogo da volta. Não me conformo até hoje com aquele pênalti, a favor do Colorado. (Confira o vídeo: http://video.globo.com/Videos/Player/Esportes/0,,GIM807045-7824-EM+INTERNACIONAL+E+CAMPEAO+DA+COPA+DO+BRASIL+AO+VENCER+O+FLUMINENSE,00.html).Achei duvidoso o lance que nos tirou o título da competição. Mas o árbitro José Aparecido de Oliveira não pensou da mesma forma”, relembra
Em 13 anos de carreira, Super Ézio defendeu Bangu, Olaria, Americano, Portuguesa (SP), Fluminense, Atlético-MG, CFZ, Internacional (SP) e Rio Branco (ES), onde encerrou a carreira em 1997. Mesmo assim, ele considera que seu jogo de despedida do futebol aconteceu em 95, no Maracanã, na partida em que o Fluminense venceu o Flamengo por 3 a 2 pela final do Campeonato Carioca, com direito a gol de barriga de Renato Gaúcho. “Prometi que só sairia das Laranjeiras com uma faixa no peito e honrei com o que havia dito, após meu ciclo de cinco anos”, disse o ex-jogador, que guarda até hoje camisa, short e muitas fotos daquela decisão.
Além de trabalhar na construção civil, Ézio divide seu tempo curtindo os gêmeos de apenas 1 ano e 6 meses, e fazendo dobradinha no futevôlei com o Furacão da Copa do Mundo de 70, Jairzinho, na Praia do Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio de Janeiro, durante os fins de semana.
Um reencontro de Ézio com o Fluminense está próximo a acontecer. Pelo menos é o que deseja o jogador. “Não pretendo ser treinador, coordenador ou presidente do Fluminense. Só queria ajudar o clube a revelar jogadores. Vou propor isso ao presidente (Roberto Horcades). Penso em abrir uma escolinha para me aproximar novamente das Laranjeiras. Sempre tive amor por esse clube. Vai ser assim até eu morrer”, conclui o super-herói.
Ficha Técnica:
Nascimento: 15/05/1966 – Ponte de Itabapoana (ES)
Posição: Atacante
Clubes: Bangu (1986-1989), Olaria (1989-1990), Portuguesa (1990), Fluminense (1991-1995), Atlético MG (1995-1996), Americano (1996), CFZ (1996), Internacional de Limeira-SP (1997), Rio Branco-ES (1997).
Títulos: Campeonato Carioca (1995); Taça Guanabara (1991 e 1993).
O que faz hoje: trabalha no ramo da construção civil, atuando na decoração de casas, lojas e restaurantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário