segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Futebol / CBF confirma Copa do Brasil feminina em 2009

Apesar do ouro olímpico ainda não ter caído nas mãos de Marta e companhia, a conquista da medalha de prata nas Olimpíadas de Pequim, somada ao vice-mundial do ano passado e à glória dos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, só fortalece a campanha brilhante que as meninas da Seleção vêm fazendo, mesmo sem estrutura e apoio financeiro ideal.
Como forma de reconhecimento, ainda que muito aquém do esperado, a CBF confirmou nova competição nacional no ano que vem, embora as datas e número de participantes ainda não estejam definidos.
A brasileira Marta, eleita a atual melhor jogadora do mundo pela Fifa, não se considera satisfeita. Mesmo jogando na Suécia, ela faz duras críticas a estrutura do futebol feminino no país. “A Seleção está de parabéns por tudo o que fez. O ouro ainda não foi desta vez. Mas precisamos de reformas urgentes. Chegamos até aqui sem nada, só com a CBF mantendo a Seleção. Os empresários e clubes nem ligam para o esporte no Brasil. Pelo menos temos a Copa do Brasil, apesar de ser um torneio de altos e baixos. O ideal é que a competição, em 2009, tenha apenas 12 equipes para tornar o campeonato mais forte. Mas ainda está muito longe do que vemos na Europa ou nos Estados Unidos. Não é à toa que as americanas e as alemãs conquistam tudo. Elas têm estrutura. Para sermos mais competitivas, precisamos acabar com o machismo e o preconceito que ainda existem no Brasil” , avisa.
A CBF se exime de culpa e justifica a falta de campeonatos profissionais em países como Japão, Noruega e Estados Unidos, onde as jogadoras precisam ter outro emprego. No caso dos Estados Unidos, apesar da liga profissional ter sido extinta há cinco anos, ainda há ligas universitárias e semiprofissionais, onde suas principais jogadoras atuam, além de existir uma seleção permanente.
O antigo treinador, Renê Simões, não acredita na repetição de fórmulas usadas no futebol masculino para o sucesso do feminino. Segundo Renê, o futebol feminino deveria seguir exemplos de outros esportes, como o vôlei e o futsal, que têm times formados a partir de parcerias com empresas, prefeituras, secretarias ou universidades. É uma boa alternativa para que o Brasil entre num processo definitivo de estruturação e passe a colecionar o primeiro lugar no pódio nas mais variadas competições.

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